quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Conheci um casal



Encontrar com duas pessoas que construíram uma história de amor me fez pensar. Amor é complicadinho, né? Já fui uma romântica apaixonada, já fui muito machucada, já fui contra essa coisa de se apaixonar por alguém, já voltei a acreditar no amor e agora apenas "estou". Não tenho nenhum pensamento definido e acho que essa palavra de quatro letras envolve tanto significado que não tem como explicar de forma simples ou racional, é apenas sentir e se deixar levar. Por isso, não sei definir exatamente minha relação com esse sentimento. Sei que não sou mais contra relacionamentos. Sei que sou a favor do que deve acontecer. Agora meu foco não é saber o final, se terá um prazo para terminar, se será um felizes para sempre ou não... acho que vejo como algo muito mais profundo. Amor é saber aprender. Algo tão intenso teria suas complicações, não é? Não existe uma fórmula, algo que garanta que tudo será como planejado - senão quem conseguisse descobrir uma forma de construir isso ficaria milionário. A questão é: aprendi que amar alguém é aprender sempre. Aprender a lidar com mil emoções, aprender a conviver com outra pessoa, aprender a compreender as manias, os defeitos, os sentimentos do outro. 

Na verdade, eu tenho uma visão diferente do "felizes para sempre". Quando eu era mais nova, acreditava que felizes para sempre significava todos os dias estar feliz com aquela pessoa que se está num relacionamento até o fim da vida. O tempo passou e passei a não acreditar mais nisso. Porém ultimamente tenho pensado, afinal aquele sonho de infância de ser princesa ainda tem um espacinho no meu coração. O felizes para sempre não é impossível. Não me refiro ao significado que eu dava quando era mais nova, porque atualmente enxergo como algo diferente. Na vida real não são todos os dias que são bons e que estamos bem. Somos humanos e tudo bem as coisas não darem sempre certo ou não conseguirmos nos dar totalmente bem com outra pessoa, que também é outro ser humano. Cada um tem suas limitações. Na vida real não temos o momento em que o "Fim" aparece escrito na nossa frente e tudo se encerra perfeitamente - ok que temos a morte como fim, mas essa parte não vale para o que estou me referindo. A questão é que existem sim finais felizes, até vários para a mesma pessoa, e acredito que muitos - se não todas as pessoas - vivenciam isso. Todos já tiveram um momento especial com outro alguém, em que se sentiu preenchido de amor e sentimentos bons, que marcou de alguma forma. Isso é um final feliz. Você pode se perguntar como pode ser um final se tudo continua, mas aí é que está: assim como os filmes tem sequências, nossa vida também tem. É como se naquele momento especial fosse o seu final feliz, e depois daquele momento se inicia outro filme da sua vida, a sequência da narrativa que você mesmo constrói. Eu posso dizer que coleciono alguns finais felizes e que, ainda sim, aguardo ansiosamente pelos próximos.

Esse casal que conheci me fez pensar sobre como esse sentimento é forte, porque me contaram a história que construíram e fico surpresa em ver como duas pessoas conseguem se amar como se ainda estivessem se conhecendo após anos de convívio e relacionamento. É bonito ver como se olham, como se falam, como se tratam, como se escutam, como se entregam. Observando esse casal consegui perceber um amor puro e sincero. Dos dois lados. Percebi a força que esse tal de amor tem. Acho que consegui ter noção do que é quando ouço alguém dizer que tem borboletas no estômago ou que está transbordando amor. Essa palavrinha pequena carrega um significado imenso e faz grandes revoluções na vida das pessoas. Ele faz ser possível também o sonhado e subestimado felizes para sempre. Muitos já tiveram, apenas não conseguem enxergar. Eu aguardo ansiosamente pelo meu próximo felizes para sempre. Pelo que soube, esse casal que conheci teve vários e quem sabe não irão ter mais? Esse casal é incrível.