domingo, 31 de dezembro de 2017

Retrospectiva 2017


Eu tinha medo desse ano. Lembro de quando virou 2017, eu ainda via os fogos no céu e já sentia uma mistura de preocupação, ansiedade e medo do que estaria por vir esse ano. Eu sabia que já haveriam dois grandes desafios pela frente: o último ano de faculdade com o temido TCC e ser diretora de uma área. Eu tinha ideia do que iria enfrentar, mas não sabia como faria e se daria conta. Com certeza eu me tornei outra pessoa. É interessante ver como você pode mudar tanto em 12 meses. Sinto como se em Janeiro eu fosse anos mais nova do que eu agora, no último dia de 2017. 

Demorei alguns meses para me acostumar com todas as mudanças que vieram esse ano, mas como me surpreendi com diversas situações, eu acreditava que os três primeiros meses seriam os mais difíceis por ser uma adaptação, mas o pesado veio a partir de maio, quando eu menos esperava. Parece que todas as mudanças acumularam para esse mês: faculdade, trabalho, desafios pessoais, casa, coração. Tudo estava intenso e cada área me deixava preocupada, me desgastava e eu pedia ajuda ao universo para conseguir segurar tudo isso e sair viva. Foi muito difícil e sentia uma tonelada nas minhas costas. Mas estou aqui, né? Sobrevivi a isso tudo. Claro que dei uns tropeços, caí no chão, me levantei, caí num buraco ainda maior, levantei, caí de cara no chão, mas segui em frente e cheguei até aqui.

O ano de 2017 foi um dos anos mais pesados que já tive, mas de alguma forma, ao mesmo tempo, um dos melhores. Eu não sei como um ano tão puxado pode estar entre os melhores, mas só de eu não conseguir explicar já mostra um pouco de como fiquei louca e confusa com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Esse ano teve Rock in Rio, que fui em três dias e consegui assistir ao 30STM e ter meu primeiro show do Justin Timberlake!, teve Bienal do Livro, teve álbum novo do Tokio Hotel - que eu não curti muito, mas ok -, e teve descoberta de novos artistas, principalmente Halsey, Bring Me The Horizon, Dua Lipa e Tove Lo.

Uma palavra que define esse ano é: intensidade. Senti que vivi o máximo que podia. Não em tempo porque não tenho meu último dia de vida definido, mas em questão de intensidade eu tenho certeza. Não lembro de um único dia em que fiquei entediada ou que senti que não havia nada para ser feito - o que mais tinha era lista de coisas para fazer no mesmo dia! Ok que a maior parte era de deveres e obrigações, que eu também gostava, mas também tentei equilibrar com diversão. Foca no tentar porque esse eu tenho certeza que não obtive tanto sucesso e fiquei um tanto presa a todas as obrigações que eu tinha para fazer. 

Minha meta quase infinita por uma barriga reta deu um enorme passo para trás e recuperei todo o peso que eu havia perdido nos últimos anos. Mas eu não desisti! Neste próximo ano quero focar mais minhas energias nessa busca por perda de peso e cuidar mais do meu corpo. Algo que me surpreendeu e acredito ter sido a melhor parte de 2017 foi que eu realmente pude saber como é ter um grupo grande de amigos. A questão da amizade era sempre algo que me incomodava e deixava triste, saber que eu não tinha muitos amigos. Esse ano foi para mudar tudo isso, perdi a conta de quantas pessoas incríveis eu conheci e mantive contato por esses meses. Ok que grandes amizades mesmo "só" ganhei duas, mas todas as outras pessoas alegravam meu dia como um grande grupo de amigos fazem. Algo que não definitivamente não posso reclamar é a quantidade de pessoas que eu podia conversar e me divertir - sem me sentir excluída socialmente como já fui por muitos anos.

Sinto como se 2017 fosse o ano em que trouxe um tempo nublado, tempestades e até furacões, mas que no final o céu negro foi dando lugar ao azul e a forte chuva deu lugar a um arco-íris. Tenho a impressão de que o próximo ano será para limpar esse céu e permanecer azul. 

Para 2018 eu não sei exatamente o que esperar, é o oposto de como me sentia para a virada desse ano. Mas eu acho que é bom quando não sabemos o que vem pela frente, assim como olhar para o horizonte do mar e não saber o que me espera. Um das coisas que posso dizer que aprendi em 2017 é que toda situação que surge, por mais que te coloque em situações difíceis, que pareça que não vai passar, as coisas sempre melhoram e o principal é que sempre existe algo que foi aprendido. Acho que esse é o principal, o quanto conseguimos evoluir e melhorar com algo que vivemos, principalmente os que não são momentos bons. Foi muito bom eu ser uma das pessoas que acreditam que nada acontece por um acaso. Já falei algumas vezes aqui no blog, mas vou repetir: acredito realmente nisso, tanto para as coisas boas quanto para as ruins. Acredito que até os pensamentos e as ideias que temos são para surgirem e nossas ações vão moldando o futuro a partir disso.

Eu não sei como 2018 vai ser, o que pode acontecer, mas desconfio que não seja tão louco e intenso quanto foi 2017. Seria bom ter um pequeno descanso da tensão e ansiedade que tive esse ano, meu coração irá agradecer ter mais tranquilidade. Agora é hora de dizer deus ao ano que eu tinha medo, mas que no final foi de grandes conquistas. Adeus, 2017!

Feliz Ano Novo!

domingo, 17 de dezembro de 2017

A espera por trilhas

Ela havia esperado e soube das respostas que tanto procurava para sanar dúvidas que moravam em sua mente. Desde que ela foi embora do local que pertencia, tinha a esperança de que todo o encantamento seria resgatado de alguma forma. Há meio ano ela descobriu o que queria, sabia que a distância poderia ser grande, mas tinha o destino claro. Após todo esse tempo, tudo ainda estava se arrumando. A vontade era fazer com que tudo voltasse a ser ainda melhor. Mas ela também sabia que desde que foi embora, o lugar que sempre pertenceu sendo acolhedor passou por muitas mudanças. Já não era mais o mesmo, diversas árvores haviam sido destruídas por tempestades, as flores haviam murchado e a grama já não era mais verde. Ela sabia que aquele lugar precisava de mais tempo para recuperação e estava disposta a esperar e fazer o que pudesse para ajudar, plantando mais árvores, cuidando da grama, levando mais flores. Ela só queria aquele lugar ainda mais bonito do que quando foi embora. Se antes havia dúvida se ela sentiria muita falta de onde esteve esse tempo todo, após meses distante, a saudade passou a ser não de semanas ou dias, mas de horas. O que ela queria era voltar a morar naquele campo florido, colorido e cheio de vida - afinal era lá que ela pertencia. O maior desejo era voltar a caminhar com sua companhia de trilhas.