terça-feira, 28 de maio de 2013

A Procura

Nos últimos dias tenho pensado em qual é "o sonho da minha vida". Na última vez que fui à uma psicóloga, que nem era minha, há alguns anos atrás, ela me perguntou "Então, qual o seu sonho?". Pode parecer fácil ter uma resposta, mas na hora considerei uma pergunta difícil, porque às vezes quando se para para pensar em como responder perguntas simples, a resposta fica mais difícil. Pensei por alguns minutos, ou segundos torturantes, e não consegui responder nada. Sendo assim, minha resposta foi um "não tenho um sonho". Ao dizer isso, a deixei espantada, "como alguém pode viver sem sonhos?", de acordo com ela, todas as pessoas precisam de um que sirva de motivação para seguir todos os dias, algum objetivo na vida, algum desejo muito forte de conseguir algo. Minha resposta afirmando a inexistência de sonhos na minha vida fez com que ela me dissesse "Todos nós precisamos de um sonho, você precisa de um sonho. Quero que ao chegar em casa você pense nisso, procure alguma coisa que você goste muito, pode ser mais fácil do que imagina, você apenas não está enxergando. Que ser humano é feliz sem sonhos?". Nos minutos seguintes mais nada passava na minha mente a não ser a procura de alguma coisa que eu pudesse dizer que era um sonho. Ao contar dessa pergunta para algumas pessoas, me fizeram enxergar que eu tinha um sonho sim. Então cheguei a conclusão que meu sonho era conhecer Tokio Hotel, meus olhos brilhavam só de pensar nesse encontro. E, claro, fiquei satisfeita em dizer que tinha um sonho.
Anos depois estou aqui me fazendo essa pergunta de novo; ninguém me perguntou nada, mas a lembrança dessa psicóloga me veio a cabeça nos últimos dias. Naquela época eu tinha um sonho, mas agora não consigo encontrar de novo. Não que eu não queira mais encontrar Tokio Hotel, ficaria encantada, claro. Mas não sinto mais como antes. Acho que não tenho um no momento. Penso nos mais "comuns" para ver se o encontro: ter a própria casa, conseguir o amor perfeito, passar para faculdade pública, ser bem sucedido na carreira, ganhar na loteria, tocar bem algum instrumento... e nada. Nada disso me faz sentir algo forte. E como fica minha felicidade nisso? Eu tenho que ter um sonho. Preciso de alguma coisa que me motive a acordar, pensar em como seria bom alguma coisa acontecer. Estou pensando, mas dessa vez a resposta está demorando mais para chegar.
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"A possibilidade de realizarmos um sonho é o que torna a vida interessante." - Paulo Coelho

sexta-feira, 24 de maio de 2013

"Livre"

Pronto. Foi feito aquilo que precisava ser feito há meses. E agora? Um peso a menos, o sentimento de leveza seria o esperado, não é? Finalmente, estou livre do que me aprisionava e tanto me atormentava. Mas por que esta sensação de leveza não está presente? Sinto-me como se pedras houvessem caído sobre minha cabeça, uma abundante chuva salgada sobre meus olhos, todas as forças que eu possuía se foram. Porque na verdade não me sinto livre, sinto-me ainda mais aprisionada, como se houvesse entrado numa jaula, completa de grades, para ser posta sob observação. 
Quem sou eu, afinal? Nem eu me conheço. Não estou legal. Não mesmo. Chego a me assustar com o que vem a minha cabeça. Mas é muito difícil segurar isso tudo. Pensei que isso traria melhoras mas, pelo menos por enquanto, apenas piorou. Paz de espírito. Era tudo que eu queria, é tudo que eu quero. Seria tão fácil tomar alguma coisa e sumir do mundo. Mas isso traria mais problemas do que os que já existem, não para mim mas para os outros. Não seria egoísta assim. Mas é porque sou fraca, sempre fui. E isso tudo só quem aguenta é quem é forte. Já ultrapassei meus limites. Ainda continuo me perguntando o motivo disso tudo acontecer. E não, acontecer isso não foi o que sobrou, nenhum desespero, nenhuma falta de escolha. Isso foi uma escolha.
E tudo conspira contra. Não tenho vontade de mudar as coisas que faço, nenhuma vontade de ser mais sociável, nenhuma vontade de me 'misturar com gente nova'. Que problema. Maldito problema.    Desespero às vezes é grande, grande a ponto de fazer o "mais fácil". Fazer o que é fácil ou difícil? O certo ou errado? Existe o certo?
Não posso me imaginar sem isso. O teoricamente mais fácil, seria o mais doloroso, torturante e difícil de se fazer. Logo, o "fácil" é o mais difícil, embora isso não torne a outra opção mais agradável. A cegueira pode existir sim, como todos sempre dizem, mas pelo menos agora, não me faz mal. Só queria que tudo fosse muito mais fácil do que esse cenário todo. Estou mesmo perdida. Não está sendo fácil. Espero que isso melhore logo. Não quero causar estragos para ninguém, mas por enquanto a pessoa mais atingida sou eu. E mudar isso significa passar essa dor para alguém. Cada vez que penso nisso meu coração se parte. Qualquer decisão que eu faça terá grandes consequências. Aonde fui me meter? Por que fui me meter nisso? A resposta eu não sei, mas eu gosto muito do que encontrei. Não sei se deveria, mas gostei, e é assim. Estou completamente paralisada, não sei o que fazer. Mas pelo menos a corda que me sufocava foi cortada. Quanto ao futuro de todo o resto, esse ainda é desconhecido.
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segunda-feira, 20 de maio de 2013

A ruína é uma dádiva

"Lembra quando falou que devíamos ser infelizes juntos pra sermos felizes? Considere uma prova do quanto te amo eu ter passado tanto tempo tentando fazer essa ideia dar certo. Mas, outro dia, um amigo me levou a um lugar incrível: o Augusteum.  Otaviano Augusto o construiu para abrigar seus restos mortais. Quando os bárbaros vieram eles o demoliram junto com todo o resto. Como Augusto, o primeiro grande imperador de Roma, imaginaria que Roma e que todo o mundo como ele o conhecia ficaria em ruínas? É um dos locais mais sossegados e solitários de Roma. A cidade cresceu ao seu redor ao longo dos séculos. O lugar é como uma ferida, um coração partido ao qual você se apega pois a dor é boa. Todos queremos que as coisas permaneçam iguais, David. Aceitamos viver infelizes porque temos medo da mudança, que as coisas acabem em ruínas.  Aí, eu olhei esse lugar, o caos que ele suportou, o modo como foi adaptado, queimado, pilhado e depois encontrou uma maneira  de ser reconstruído, e me tranquilizei. Talvez minha vida não tenha sido tão caótica. O mundo que é, e a única armadilha real é nos apegarmos às coisas. A ruína é uma dádiva. A ruína é o caminho que leva à transformação."

 - Comer, Rezar e Amar

terça-feira, 14 de maio de 2013

Take Me Away



I can not find a way to describe it
It's there inside, all I do is hide
I wish that it would just go away
What would you do, you do if you knew
What would you do

All the pain I thought I knew
All my thoughts lead back to you
Back to what was never said
Back and forth inside my head
I can't handle this confusion
I'm unable, come and take me away

I feel like I'm all alone
All by myself I need to get around this
My words are cold, I don't want them to hurt you
If I show you I don't think you'd understand
'Cause no one understands

I'm going nowhere on and on and
I'm getting nowhere on and on and on
I'm going nowhere on and on and off
and on and off and on

(Take Me Away - Avril Lavigne)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

As Vantagens de Ser Invisível


"O que fazer quando a sua falta de expressão é tão grande que todos em sua volta passam a te considerar uma pessoa insignificante, sem opinião formada em nenhum aspecto, quase um ser invisível?
É isso que é relatado no livro As Vantagens De Ser Invisível, com o personagem Charlie. Ele é um rapaz na adolescência que enfrenta diversos problemas em todas as áreas de sua vida, isso só começa a mudar quando ele conhece outras pessoas e constrói novas amizades, ele passa então a enfrentar situações totalmente novas , o que provoca coisas boas e ruins em sua vida.
É um livro totalmente inovador, apresenta uma narrativa diferente das que normalmente encontramos nas livrarias. A história é contada de uma forma mais fácil e animadora de ler do que o convencional, através de cartas enviadas pelo personagem principal. Além disso, apresenta de uma forma leve coisas que acontecem o tempo todo á nossa volta e que são de difícil abordagem." - x

Autor: Stephen Chbosky 
Páginas: 223 páginas
Editora: Rocco

O que achei do livro


Para começar, não sei até agora o motivo de eu ter desejado a ler esse livro. Realmente não sei, não li nenhuma resenha, não assisti ao trailer, muito menos ao filme. Simplesmente a vontade veio. Acho que o fato de o filme ter Emma Watson na capa do livro me chamou a atenção, além de ser verde, claro. Mas quis ler mesmo, e fui ler. Me surpreendi, não era o que eu esperava. Ok, não sei exatamente o que eu esperava, mas não era próximo ao que é passado na história - talvez meu subconsciente achasse que seria mais um livro sobre uma garota que gosta de um garoto da escola, mas não podem estar juntos algum motivo. Não foi nada disso, e gostei bastante. Não sei se é pelo tempo que passei sem ler um algum livro, mas gostei muito de ler todas estas páginas, pude me sentir no mundo de Charlie - me identifiquei com ele em muitas coisas, na verdade -, e achei incrível seu modo de pensar no que acontece a sua volta, as lembrança puxa outra e outra e assim vai. Gostaria de conhecer alguém como ele. O livro todo ser feito por cartas escritas por ele me fez estranhar um pouco, no inicio achei que no final do livro isso mudaria, mas me acostumei e até gostei porque parecia um diário mesmo. Não poderia deixar de falar da lista de músicas que tem neste livro - que claro, já consegui quase todas, adorei e não paro de escutar -, a primeira que escutei e apaixonei foi a tão falada Asleep - The Smiths, mas escutei tantas vezes seguidas que consegui já enjoar, e agora minha preferida é Ride- Vapour Trail. Li o livro quase que todo escutando essa lista. Um dos livros que mais criei carinho, me fez relaxar e parar de pensar em algumas coisas, mas também me fez pensar em outras. Mesmo tendo terminado, ainda quero ler mais uma vez mas num mesmo dia, para pegar sempre os detalhes que passam despercebidos - eu na verdade não percebi nada pelo que li algumas pessoas comentando sobre o livro hahaha A verdade é que eu não queria sair do mundo de Charlie, o fofo, certinho, mas que também guarda segredos e "faz besteira". Estava curiosa, desde antes de ler o livro, para assitir ao filme, agora depois de ler estou mais ainda. Assim que terminei, assisti ao trailer e já acho que não será tão bom quanto o livro, mas é o que sempre dizem mesmo. De qualquer forma, estou curiosa para ver como passaram o livro para as telas do cinema, porque gostei muito desse livro.